terça-feira, 10 de setembro de 2013

PEDAGOGO EMPRESARIAL - ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO

                                       O ESTRESSE NO TRABALHO
       

            O conceito de estresse surgiu nos anos 30, graças a Hans Selye, endocrinólogo canadense de origem austríaca.
            Segundo Selye:

o estresse é um processo vital e fundamental onde pode ser dividido em dois tipos ou seja, quando passamos por mudanças boas, temos o estresse positivo e quando atravessamos alguma fase negativa, estamos vivenciando o estresse negativo.

            Com o decorrer dos anos, o ambiente de trabalho vem se modificando e acompanhando o avanço das tecnologias ultrapassando cada vez mais o nível de capacidade de adaptação dos trabalhadores. Os profissionais vivem hoje sob contínua pressão, sendo o tempo todo cobrado não só no trabalho como também na vida de uma maneira geral. O estresse ambiental pode exercer grande influência na maneira como o indivíduo se comporta socialmente, como exemplo, pode torná-lo agressivo.
            O desgaste profissional, que as pessoas estão submetidas diariamente, poderá gerar algum tipo de doença. Os modelos expostos são responsáveis pelos seguintes fatores: agentes estressantes de natureza diversas (física, biológica, mecânica, social, etc.), como conjunto de características pessoais temos (tipos de personalidade, modos de reação ao estresse etc.), um conjunto de conseqüências relacionados à saúde do indivíduo (doenças cardiovasculares, perturbações psicológicas etc.) e da organização (absenteísmo, acidentes, produtividade, performance etc.).
   Posen (1995) afirma que:

os sintomas físicos do estresse mais comuns são: fadiga, dores de cabeça, insônia, dores no corpo, palpitações, alterações intestinais, náusea, tremores e resfriados constantes.

            Outros sintomas são apresentados através do pensamento que podem ser representados de forma compulsiva e obsessiva, levando em consideração a angústia e a sensibilidade emocional, tornando o sujeito agressivo e violento. No entanto, os fatores que geram os sintomas depressivos podem estar relacionados ao estresse. Os fatores são: ruído, alterações do sono, sobrecarga, falta de estímulos, mudanças determinadas pela empresa e mudanças devido a novas tecnologias.

 A-RUÍDO

            O ruído excessivo pode levar ao estresse, provocando irritações, reduzindo o poder de concentração, principalmente nas atividades que apresentam um certo grau de complexidade, o que afetará o desempenho do indivíduo, levando a fadiga física. Podendo também alterar suas funções fisiológicas, como o sistema cardiovascular.

B- ALTERAÇÕES DO SONO

            Ocorre através dos trabalhos que são realizados em turnos alternados. Fazendo com que aumente o desgaste do trabalhador, afetando seu desempenho, pois a sensação de cansaço e sono é maior quando estão acordados, alternando o Ciclo Arcodiano, provocando reações no corpo, fazendo alterações tanto na vida familiar e social do sujeito. Vale ressaltar que o bruxismo e o sonambulismo também estão ligados ao distúrbio do sono, devido ao estresse que sofrem no trabalho.

C- SOBRECARGA

            A sobrecarga de tarefas no trabalho é considerada como um dos motivos que leva ao estresse no ambiente de trabalho. Isso ocorre devido as exigências que são impostas no ambiente e que sempre ultrapassam nosso limite de capacidade de adaptação. Os quatros fatores que resultam na sobrecarga no trabalho são:
1.      urgência do tempo;
2.      responsabilidade excessiva;
3.      falta de apoio;
4.      expectativas contínuas de nós mesmos e daqueles que estão a nossa volta

D- FALTA DE ESTÍMULOS

            A falta de estímulos no trabalho poderá ocorrer quando as tarefas se tornam repetitivas, não tendo um certo grau de importância, resultando em um profissional altamente estressado e desmotivado com o seu trabalho. Com relação as doenças, o profissional poderá sofrer ataques cardíacos.

E- MUDANÇAS DETERMINADAS PELA EMPRESA

            Esse tipo de mudança pode ser feita pela chefia ou devido à nova direção da empresa, isto é, por causa de alguma aquisição da empresa. Geralmente esse tipo de mudança gera estresse e insegurança.
            No entanto, o profissional que sofre com as mudanças da empresa, passa por momentos de ansiedade afinal, “teme” que seu setor seja “desmanchado”. É importante constatar que mesmo que isso aconteça fazendo com que o trabalhador perca a sua posição, ele continuará sendo o mesmo profissional, onde seus conhecimentos continuarão intactos e a empresa poderá aproveitá-lo da melhor forma possível, na Organização.

F- MUDANÇAS DEVIDO A NOVAS TECNOLOGIAS

            Com as conseqüentes inovações tecnológicas, aliadas a velocidade das mudanças no processo produtivo, fazendo com que as pessoas desenvolvam competências e habilidades. Dessa forma, as pessoas são solicitadas a se adaptarem as novas exigências impostas no mercado de trabalho.
            Dessa forma sofrerão mais com esse tipo de mudança, as pessoas que estejam passando por uma certa instabilidade afetiva, que apresentam características de insegurança, ansiedade e indivíduos que não conseguem se adaptar com as novas tecnologias.
            Segundo Bernick (1997) “qualquer mudança de vida, boa ou ruim, pode ser considerada como um fator que leva ao estresse.”
            Antigamente o setor industrial era tido como alto índice de estresse, onde se tinha adoecimento no trabalho. Hoje, estudos voltados nessa área mostram que profissionais ligados a educação, a saúde, executivos e profissionais liberais com características no aspecto organizacional do trabalho e com elevada capacidade de autogerenciamento de suas carreiras.
            Sendo assim é possível se observar que os fatores que geram os riscos à saúde e ao sofrimento psíquico estão crescendo cada vez mais devido às exigências que são impostas ao profissional, que muitas vezes ultrapassam sua capacidade de adaptação.
            Outro fator que pode ser considerado estressante é a perda do emprego, pois gera dificuldades financeiras, refletindo na identidade social do indivíduo. Afinal, o trabalho satisfaz tornando o sujeito importante e reconhecido socialmente.Com o desemprego, a sua identidade pessoal e a sua auto - estima também são abaladas.
            A ausência do trabalho pode estar associada à queda do nível da qualidade de vida, que como conseqüência terá a saúde abalada. Esses fatores resultarão no sofrimento mental, ficando mais frágil, se afastando do grupo social de lazer. São manifestados comportamentos negativos como a agressão, a rispidez e a apatia.
            Além da perda do emprego, a aposentadoria também está relacionada ao tédio, a solidão e a e a inutilidade provocando esses fatores que são altamente estressantes. No entanto, o indivíduo perdeu o seu espaço no sistema produtivo, sendo necessário uma recolocação e reorganização, na sua vida e no setor profissional.
            Segundo França e Rodrigues (1997),

pessoas que apresentam um elevado nível de ansiedade dentro de si, se “acostumaram” a lidar com o estresse no trabalho, usando este como um meio de descarga e tensão sendo chamados de workaholics, ou seja, “viciados no trabalho”. Estes profissionais têm uma enorme dificuldade de desfrutar de seu tempo livre, seja na família, no lazer ou até mesmo no seu convívio social.

            Este tipo de profissional é muito valorizado no ambiente empresarial e pela sociedade tecnológica, pois são pessoas que tem um rendimento profissional bem elevado. Sendo assim, o estresse passou a ser muito importante no nível de tensão organizacional e pessoal, servindo como qualidade de vida dos funcionários, produtos, serviços e resultados.A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EMPRESARIAL E A QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR

“Um dos propósitos da Pedagogia na Empresa é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacional, gerencial, elevando a qualidade e produtividade organizacional”.

                                                           (FERREIRA, 1995, p. 8)

De acordo com a Lei 6297/75, o pedagogo empresarial atua na área de desenvolvimento de Recursos Humanos enfatizando o treinamento dos funcionários, auxiliando na formação destes, com o objetivo de atender aos Propósitos da Organização.
            Assim, na sua atuação na empresa deve buscar modificar o comportamento dos trabalhadores de modo que estes melhorem tanto suas qualidades no desempenho profissional, como no desempenho pessoal.
            De acordo com (FERREIRA, 1995, p.8)

Assim, em sua busca pela qualidade e produtividade no trabalho deve, o pedagogo empresarial, ter como perspectiva transmitir conhecimentos, identificar as habilidades e competências realizando um levantamento das necessidades de Treinamento.

A sociedade contemporânea apresenta modificações significativas em todos os aspectos do conhecimento. E o mundo do trabalho sofre com as sucessivas modificações nas suas relações, tornando-se cada vez mais exigente, em decorrência de certos fatores como: a globalização, contínua competitividade, a demanda de profissionais criativos e eficazes.
            Neste contexto, se insere boa parte das preocupações do pedagogo empresarial, cabe a ele, com o objetivo de estimular a forma contínua e atualizada dos profissionais da empresa, desenvolver técnicas de competência e habilidades essenciais para uma boa qualificação profissional.
            Para Bonz (1981, p. 18) as competências se referem a:
            1. Competência na atuação - Consiste em utilizar ferramentas de aprendizagem, dando a possibilidade do trabalhador por em prática os conhecimentos que foram adquiridos.
            2. Competência técnica – são utilizados recursos como debates, dando a oportunidade do trabalhador elaborar e apresentar projetos individuais.
            3. Competência para a auto-aprendizagem – utiliza técnicas e recursos que auxiliam na forma de como aprender a trabalhar.
            4. Competência social - estimula a formação de trabalhos em equipes para a concretização das tarefas. Enfatizando a troca de experiências possibilitando o enriquecimento do trabalho.
            Desta forma ao atuar na empresa, precisa identificar claramente quais serão os métodos utilizados, evitando o desperdício de recursos que não serão úteis para a empresa. Ao elaborar um treinamento, os recursos são estabelecidos de forma que sejam envolvidas tanto a competência técnica como a competência social. Segundo Chiavenato (1989) levando-se em conta algumas necessidades como:
. Modificar a rotina de trabalho, de modo que não prejudique as ações estratégicas;
Elaboração de objetivos claros e precisos para as ações mais importantes;
. Buscar ações que tenham como objetivo a participação de todos.
            O aperfeiçoamento contínuo do indivíduo deve ser feito na perspectiva do desenvolvimento, onde o pedagogo apóia o aperfeiçoamento individual dos indivíduos. Sendo assim, a criatividade exerce um grande papel na Organização.
De acordo com Chiavenato (1989)

a criatividade nas organizações pode ser desenvolvida através de algumas ações como: encorajar e aceitar a mudança; impulsionar novas idéias; proporcionar maior interação; tolerar os erros; definir objetivos claros e liberdade para alcançá-los, oferecendo o reconhecimento.

                Para tanto, é necessário que se estabeleça uma “harmonia” entre os diferentes departamentos organizacionais, respeitando os estímulos, as opiniões de cada pessoa que compõe a equipe.
            Como nos lembra Chiavenato (1989)

o incentivo e a motivação, são considerados excelentes fatores na promoção do bom desempenho dos funcionários, principalmente se esse incentivo vier por parte da chefia, oferecendo estímulos que irão melhorar o seu desempenho.

Cabe ao pedagogo verificar e realizar um levantamento das necessidades com o objetivo de identificar se o profissional precisa ou não de um treinamento. Suprindo, se for o caso, carências que o funcionário apresente, possibilitando uma preparação profissional adequada, melhorando seu desempenho e qualidade de vida da empresa.
Segundo Chiavenato, (1989)

na execução do treinamento alguns fatores são considerados como sendo, a cooperação das chefias e coordenações da empresa, a qualidade e preparo dos instrutores e perfil do aprendizes. Assim o treinamento resultará em uma resposta lógica a um quadro de condições ambientais extremamente mutáveis e a novos requisitos para a sobrevivência e crescimento organizacional.

Como se observa o pedagogo na empresa produz e difunde o conhecimento, exercendo o seu papel de educador. Para atingir seus objetivos, atendendo não só a empresa, mais o seu principal capital – o trabalhador deve realizar uma observação criteriosa do comportamento dos seus profissionais. Isto envolve não só aquilo que diz respeito diretamente a produtividade, mas todos os fatores que contribuem para o sucesso e eficiência das metas estabelecidas pela organização.
            Neste contexto se insere a preocupação deste trabalho. Diante do exposto até o momento com relação à saúde do trabalhador e das respostas à ambientes hostis, considerando que o pedagogo na empresa possa contribuir de maneira significativa para a integração do trabalhador favorecendo um clima saudável na organização para a preservação da saúde e bem estar do profissional. Saúde aqui entendida em uma perspectiva global.
            Segundo C. Dejours (1985) “A saúde para cada homem, mulher ou criança é ter meros de traços em cunho pessoal e original, em direção ao bem estar físico, psíquico e social”.
                Desta forma, os comportamentos apresentados por outros profissionais tais como: absenteísmo, aumento de acidentes de trabalho, desmotivação e queixas constantes, que como já vimos, indicam a presença da Síndrome de Burnout e do Estresse Ocupacional poderia ser precedidos e muito rapidamente identificados dentro das Organizações.
            Procurando identificar os fatores ambientais e organizacionais que podem contribuir para esta situação, encontramos: a falta de comunicação adequada, clima de intriga entre os funcionários, longas jornadas de trabalho sem a adição de horas extras, competição acirrada entre os próprios funcionários, falta de cooperação para com a equipe, sobrecarga de tarefas e a pressão do tempo.
            Segundo Teixeira (2005)

em uma empresa de grande porte a solução encontrada para a resolução do problema envolve a melhora dos canais de comunicação, trazendo a maior eficiência para o trabalho, resolução dos conflitos interpessoais, redução na carga horária de trabalho, adição de horas extras e premiações como incentivo para os funcionários.

            Desta forma, a empresa obteve uma redução de 20% das doenças psicossomáticas no setor administrativo (relacionado à gerência), e 18% no nível operacional. Gerando a queda do absenteísmo, aumento da auto-estima, funcionários mais dispostos e motivados com o seu trabalho, melhorando assim o ambiente de trabalho.
            É importante mais uma vez, ressaltar que a qualidade de vida é fundamental na sobrevivência das empresas e essa qualidade pode ser alcançada através da remuneração adequada, promoção do desenvolvimento social, melhoria nas condições de trabalho e a oferta de oportunidades de crescimento dentro da organização.
            Segundo Teixeira (2005“algumas empresas investem na saúde de seus funcionários possibilitando a prática de atividades físicas. Os benefícios da atividade física para a saúde incluem”:
-          Redução do estresse;
-          Redução das doenças cardiovasculares;
-          Melhora na auto-estima, tornando as pessoas mais ativas e motivadas.

Estudos mostram que se todos os dias a pessoa praticar pelo menos trinta minutos de exercício de forma contínua e acumulada, trará ótimos resultados para a saúde.
            Com os benefícios psicossociais destacam-se:
            Diminuição da depressão;
            aumento da auto-estima;
            Alívio do estresse;
            Aumento do bem-estar;
            Redução do isolamento social.
            Benefícios para a Empresa:
-          Aumento da produtividade;
-          Redução do índice de absenteísmo;
-          Diminuição dos custos médicos;
-          Diminuição da rotatividade na mão-de-obra;
-          Melhora da imagem dos funcionários.

As competências adquiridas pelo pedagogo, relacionadas nas áreas: de atuação, técnica, auto-aprendizagem e social, terão como objetivo oferecer uma preparação adequada ao trabalhador, de acordo com a sua respectiva área profissional, podendo despertar as habilidades latentes do trabalhador, melhorando a sua qualificação, o que certamente proporcionará um melhor desempenho no trabalho. Trazendo benefícios para a sua saúde, tornando o ambiente de trabalho mais agradável.

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